Cerca de 7 mil pessoas compareceram à Parada LGBT+ em Rio Branco, diz organização

  • 02/12/2024
(Foto: Reprodução)
Movimento ocorreu em meio a uma polêmica em torno do projeto de lei, que é inconstitucional, e que quer proibir crianças nas Paradas LGBTQIA+. Evento ocorreu no último domingo (1º) no Centro da capital. Mais de 7 mil pessoas compareceram à 17ª Parada do Orgulho LGBTQIA+ em Rio Branco Yuri Marcel/g1 Pelo menos 7 mil pessoas participaram da 17ª Parada do Orgulho LGBTQIA+, ocorrida no último domingo (1º) em Rio Branco. Este é o balanço divulgado pela organização do movimento, que considerou a movimentação como satisfatória. O público deste ano, inclusive, superou as 4 mil que compareceram em 2023. 📲 Participe do canal do g1 AC no WhatsApp Sobre o movimento, que marcou o encerramento da 17ª Semana Acreana da Diversidade, o organizador Christian Morais disse que o público já era esperado dentro das expectativas. "O destaque maior foi a presença de vários comerciantes, todos com licença para comercializar bebidas, comidas e artesanatos. O evento impactou diretamente na economia local e promoveu a visibilidade para o dia 1º de dezembro, que é o Dia Mundial de Luta Contra a AIDS. Foi um evento construído por várias mãos e com apoio de diversas instituições relacionadas aos direitos humanos", complementou. O evento ocorreu em meio à polêmica envolvendo um projeto de lei que queria proibir a participação de crianças e adolescentes na 17ª Parada do Orgulho LGBTQIAPN+. Ainda no domingo (1º), inclusive, a Justiça do Acre determinou que o vereador João Marcos Luz (PL), autor da proposta, e dois portais de notícias do estado apaguem um vídeo em que o parlamentar aparece convocando a população a fiscalizar o movimento. O evento teve concentração na Praça Skate Park, com passeata que seguiu até à Concha Acústica, onde houve apresentações de artistas locais, feira da diversidade e ações de prevenção ao vírus HIV. LEIA TAMBÉM: Mulher é condenada a 1 ano de prisão por crime de homofobia após chamar procurador da república de 'Barbie girl' 'Bonde LGBT+': projeto chega a Rio Branco para catalogar locais seguros e premiar curtas-metragens sobre diversidade Audiência pública debate PL que quer proibir menores de idade na parada LGBT+ em Rio Branco Cartilha de acolhimento à população LGBT+ é criada para orientar professores e gestores de escolas do Acre Um dos participantes foi o empresário Tarso Halk, de 40 anos, que disse que é importante participar da Parada LGBT+ para enfatizar a luta por direitos iguais na sociedade. "Na verdade, continua relevante porque os nossos direitos continuam sendo atacados constantemente [...] esse ano a parada foi atacada de todas as formas possíveis, então só pelo fato de poder se manifestar então cada ano, continua cada vez mais importante", disse. Marina Jardim é funcionária pública e também participou do evento. Ela tem 45 anos, não faz parte da comunidade LGBT+, mas sempre foi apoiadora da causa desde a primeira edição no Acre. "Eu trago minha filha desde o primeiro ano, ela tinha 7 anos quando veio. Nossos direitos enquanto mulheres são atacados e eu me junto à comunidade LGBT para lutar por esses direitos, porque se nós não nos juntarmos, a gente não vai conseguir construir, nem manter e nem avançar naquilo que é nosso, que é o mínimo, que é o direito à vida, à expressão, ao amor", complementou. Mais de 7 mil pessoas compareceram à 17ª Parada do Orgulho LGBTQIA+ em Rio Branco Yuri Marcel/g1 Por conta do evento, a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (RBTrans) informou que foi montado um esquema de segurança com agentes de trânsito para ajudar os participantes e motoristas do desfile. A própria organização da Parada fez recomendações sobre o que não pode ser feito durante o evento. Nudez, atos obscenos, agressões, levar bebidas alcoólicas em garrafas de vidro são algumas das atitudes que deveriam ser evitadas. A data escolhida pela organização, dia 1º de dezembro, é lembrado como o Dia Mundial de Luta contra a Aids. Discurso de ódio Se por um lado a diversidade é celebrada, na Câmara de Vereadores ela é temida. Em uma votação que durou menos de 1 minuto, os parlamentares de Rio Branco aprovaram, por dez votos a um, o Projeto de Lei n.º 14/2024, que quer proibir a presença de crianças e adolescentes em paradas LGBTQIA+ na capital acreana. Os vereadores que votaram a favor da proposta foram: Arnaldo Barros (Pode) - não reeleito Francisco Piaba (União) - não reeleito Ismael Machado (União) - não reeleito James do Lacen (PL) - não reeleito Joaquim Florêncio (PL) João Marcos Luz (PL) - não reeleito N.Lima (PP) - não reeleito Raimundo Castro (União) - não reeleito Rutênio Sá (União) Samir Bestene (PP) Veja quem são os vereadores que votaram a favor do projeto de lei que quer proibir crianças e adolescentes na parada LGBT em Rio Branco Arquivo/Câmara de Vereadores Sobre o vídeo que foi retirado do ar após a decisão judicial, o g1 entrou em contato com Luz, que disse que seguiu a determinação da Justiça e que o caso está sendo tratado pelo advogado dele. Com 2.775 votos, Luz não conseguiu se reeleger vereador nas eleições deste ano. João Marcos Luz pedia no vídeo para que a população o ajudasse a fiscalizar a parada em busca de crianças, cenas de nudez, consumo de bebidas alcóolicas, drogas e algo que ele classifica como "achincalho com imagens religiosas". No pedido de liminar, a Defensoria Pública do Acre apontou que o vídeo traz discurso de ódio contra pessoas LGBTQIAPN+. "Ele afirma que referida população retira a paz das crianças, pois são pessoas que usam a parada da diversidade para usarem drogas, uso de bebidas alcoólicas, cenas de nudez e atacar símbolos religiosos, entre outras falas odiosas, pedindo fiscalização por parte dos munícipes, como se a parada da diversidade fosse um lugar que devesse ser criminalizado e como os cidadãos fossem fiscais, prontos para tomar alguma atitude contra referido grupo", disse a Defensoria. Outro ponto abordado é o pedido para fazer valer o PL que proíbe a presença de crianças e adolescentes no evento. o texto, de autoria de João Marcos, foi aprovado pela Câmara de Vereadores de Rio Branco no dia 13 de novembro e aguarda o parecer do prefeito Tião Bocalom (PL) que pode sancioná-lo ou rejeitá-lo. O projeto, porém, é considerado inconstitucional, ou seja, não tem validade jurídica. Com pareceres contrários dos ministérios públicos Federal e do Acre, além da própria Procuradoria da Câmara de Rio Branco. A Justiça do Acre acolheu os argumentos da Defensoria, ressaltando o 'conteúdo homofóbico e racista' do vídeo. "O vídeo ora divulgado é ofensivo e preconceituoso... O argumento da liberdade de expressão não pode ser utilizado como escudo para a propagação de atos ilícitos e discursos que disseminam o ódio e a intolerância contra grupos minoritários", enfatizou a juíza. Procurador Lucas Dias fala sobre os direitos de pessoas LGBTQIAP+ VÍDEOS: g1

FONTE: https://g1.globo.com/ac/acre/noticia/2024/12/02/cerca-de-7-mil-pessoas-compareceram-a-parada-lgbt-em-rio-branco-diz-organizacao.ghtml


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